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A Zanza

Em errância, vagueamos a passos tortos que vêm e que vão. Quem zanza, quem flana, quem vagueia, é aquela que se entrega ao mundo – e talvez seja essa uma de nossas premissas para nos relacionar com o cinema, mais inclinadas à ideia da busca do que ao ponto final.

Como coletivo, procuramos nos abdicar das certezas que atravessam a atividade crítica e discutir as possibilidades de reenquadrar as imagens a partir da escrita e do encontro com outras pessoas afetadas por elas. Muitas vezes, esquecemos que o modo como primeiro nos relacionamos com o cinema foi pela emoção, pelo arrepio. Buscamos então fazer o movimento de se entregar aos filmes e devolver a eles o que se fez sentir durante a experiência. Escrever sem dar voltas, mas se permitindo mudar a direção enquanto se escreve. Expandir leituras sem alterar a essência. 

Quando a gente zanza, uma imagem nunca fica estática, eternizada. Passeamos por ela ora desconfiadas e paranoicas, ora ingênuas e seduzidas. Zanzar no fazer, zanzar no escrever, zanzar no ver. Deixar o olho perambular por muitas estradas possíveis. Talvez, no encontro entre esses olhares em órbita, a gente descubra que o caminho tá mais para um cruzamento. 

Formamos o Coletivo Zanza como uma experiência de troca para pensar, estudar e fazer crítica. Composto por:

Diego Silva Souza é nascido e criado em Timóteo, no interior de Minas Gerais, e atua escrevendo sobre audiovisual em artigos e textos críticos. Mestrando em Comunicação na UFMG, fez parte do Júri Jovem da 23ª Mostra de Tiradentes, integrou a comissão julgadora da 2ª Mostra de Curtas Cinecubo e a curadoria do 9° Cinecipó – Festival do Filme Insurgente. Possui colaborações com a Zagaia em Revista, Cinética e Cine Festivais, além de comentar filmes na Mostra Cinema Permanente do Cine Humberto Mauro.

Gabriel Araújo é jornalista (UFMG), programador e crítico cinematográfico. É redator e repórter da Folha de S. Paulo, cofundador e curador do Cineclube Mocambo, cofundador e um dos coordenadores da INDETERMINAÇÕES, plataforma de crítica e cinema negro brasileiro, e parte dos coletivos Zanza e Lena Santos. Integrou a equipe de curadoria de mostras e festivais como Cinecipó, América Negra, LONA, entre outros, e possui publicações em sites e catálogos de cinema. Um dos críticos selecionados para o Talent Press Rio 2021, foi ainda júri jovem da 2ª Semana do Audiovisual Negro e júri da Competitiva Minas do 23º FestCurtasBH.

Iakima Delamare é formada em Comunicação pela UFMG onde atuou como bolsista na Formação Transversal em Saberes Tradicionais e frequenta o Grupo “Poéticas da Experiência”, tendo produzido como TCC a publicação “Nós, Por Nós, Para Nós – Manifestos Para Um Cinema Popular”.  Em 2018 integrou a equipe de formação e produção do curta-metragem “Nove Águas”, dirigido por Gabriel Martins ao lado do Quilombo dos Marques. Participou do Júri Jovem da 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2019, e integrou a equipe de curadoria do 9º Cinecipó – festival do filme insurgente, em 2020. Produziu o 9º e 10º Cinecipó, a 2ª Mostra Lona – Cinemas e Territórios e a 1ª Mostra UFMG de Cinema Universitário, mostra concebida pelo Coletivo Zanza da qual é membro e co-fundadora. 

Larissa Muniz atua em pesquisa, montagem, realização, fotografia e crítica/curadoria. Integra o grupo “Poéticas Femininas, Políticas Feministas”, da UFMG, e tem se dedicado a estudar modos de realização feminista no cinema e nas artes visuais. Dirigiu os filmes “ela viu aranhas” e “eu vi nos seus olhos, da janela, eu vi, que era o fim”, contemplado pelo 6º Prêmio BDMG Cultural/FCS. Participou do Júri Jovem da 22ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2019, e integrou a equipe de curadoria do 9º Cinecipó – festival do filme insurgente, em 2020. 

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